terça-feira, 22 de março de 2011

Desisto!



Acho que desisto
da luta desmedida,
de tanta despedida

Juro por Cristo!
sem mais amanhã.
depois de hoje, desisto.

desisto do amor
destes de romance
que se adoece com ardor

desisto da musica
que sempre me traiu
ilusão de platéias mil

desisto da arte
arte artificial, artifício vulgar
que se encontra em toda parte

desisto da lua
prato de prata
escuro, frio, terra crua

desisto da beleza
rendo-me à tristeza
tão viva, minha natureza

desisto da tua
doce, pálida, frágil
feminina estatua nua

desisto de tudo
desisto do mundo
ao qual eu fico mudo

Juro que desisto
A partir de hoje
Vivo, não existo.