sexta-feira, 29 de junho de 2012





O Cursor piscando na minha cara ordena que eu ordene as palavras, lhe dite as letras, sentencie um mundo. Mas o que escrever quando tudo já foi escrito?  E porque escrever o que ninguém quer ler?
Vazio. A página antes vazia vai se enchendo de caracteres agrupados.  O espaço em branco, antes em branco, começa a se tingir de preto. Gotículas de tinta preta, caindo no jaleco branco.  Estou sujando meu jaleco com estas ideias tão negras. No fim, no final de tudo, a página permanece vazia. Nós permanecemos vazios. Os parques sentem falta das crianças, que já não têm razão de estar. As salas pelo ódio repudiam os alunos, elas se pudessem fugiriam apavoradas, correndo pelos corredores hostis do manicômio juvenil. O que é tudo isso? Quem se responsabiliza por esta bagunça?
Melancólica é a voz da poesia esquecida. Um fantasma orgulhoso de um tempo em que viveu. Inconveniente demais. É preciso se dar conta da morte, aceitar e lamentar o fim. Mas acima de tudo, prantear o presente. Afinal nada mais triste do que ser morto e continuar vivo. Adeus Humanidades.
Vamos ensinar o passado, pois perdemos o presente. Vamos dizer como era, pois somos incapazes de dizer como está e muito menos se algum dia será. Never ever! Eco. Apenas o eco multiplicando-se nas paredes da minha cabeça.
Ser professor é ser bom demais para qualquer outra profissão. 

segunda-feira, 11 de junho de 2012





As vezes a noite me deixa ver, através da fresta de um belo sorriso, um vislumbre de que o dia será melhor, um sorriso inédito, capaz de me encher de vontade de sorrir de volta.