Já não tenho mais brilho em meus olhos
Lágrimas demais, opacos a torná-los
e o verde agora é resignação!
— Se já era difícil enxergar...
Quisera eu que infinitivos bastassem
De belo e eterno somente os sonhos
Medonhos, meu poeta, são os dias reais!
— Se é tão difícil sonhar...
Pequenas coisas diriam os bons,
que a mim nunca foram.
Havemos de amarelar o presente
— O presente que se há de embrulhar...
Se todo o nada é infinito
o que dizer de tudo que é restrito
ao ato de viver e beijamar?
— De vida meu todo entregar...
Se a passagem se faz no passo
a passo curto como posso?
Um dia ainda seus lábios...
Amém. Amar é lar.
— Meu ar é você me amar.
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